Chico Ferreira

Allan Mesquita

Climatologista da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rodrigo Marques, contestou os argumentos de autoridades do governo do Estado em relação aos incêndios que já destruíram mais de 1 milhão de hectares do Pantanal mato-grossense.

Em entrevista ao , o especialista pontuou que o Executivo tem dificuldade para admitir que as áreas preservações do Estado são destruídas por conta da falta do controle eficiente das queimadas criminosas e também pelas atividades agrícolas.

“Infelizmente no Estado de Mato Grosso há imensa dificuldade em admitir que o uso de queimada é o principal método de limpeza de áreas utilizadas para fins agropecuários. O Estado costuma culpar tudo, só não consegue reconhecer isso”, criticou.

Climatologista, Rodrigo Marques

Na semana passada, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, Alessandro Borges, afirmou que os incêndios florestais do Pantanal seriam culpa dos raios que atingem a região, mesmo diante do baixo índice de chuva e tempo seco que atinge o Estado.

Rodrigo, por sua vez, questionou os argumentos. “Acredito que ele deve ter esses dados, então ele poderia fornecer a fonte de onde tirou essa informação”, disse.

O climatologista ainda recordou que em 2020, o Pantanal foi consumido por 40% das queimadas ilegais, o que trouxe um grande prejuízo para a vegetação e animais que vivem na região.

Ele pontuou também que os incêndios colaboram para emissão de gases responsáveis pela mudança climáticas e temperaturas extremas enfrentadas pelos mato-grossenses.

“Em 2020 quando tivemos aquela grande queimada que devastou cerca de 40% do Pantanal, foi provado que a situação se deu por conta dos incêndios foram criminosos. Como sempre o Estado teve dificuldade de reconhecer isso, o que é lamentável. Enquanto o Estado não reconhecer isso, nunca fará nada para de fato combater esta prática que assola Mato Grosso e que é a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa”, finalizou.

Fonte: Gazeta Digital