
“Não falar com os clubes? Com a Federação?”. As perguntas, em tom de cobrança são do presidente do Luverdense, Helmute Lawisch. O dirigente do clube de Lucas do Rio Verde, que representa Mato Grosso na Série B do Campeonato Brasileiro, está preocupado com a maneira como o Governo do Estado pretende tratar a privatização da Arena Pantanal, após a Copa do Mundo.
Em entrevista coletiva na quarta-feira,o governador Silval Barbosa e o secretário da Secopa Maurício Guimarães, divulgaram que o ‘Estado já está tratando do processo de licitação’ que vai escolher a empresa vencedora para gerir o estádio da capital.
O Governo alega que não teria recursos para a manutenção do estádio que custou R$ 600 milhões para receber os quatro jogos da Copa do Mundo. De acordo com estimativas da CBF, cada partida disputada na Arena Pantanal, geraria uma despesa com quadro móvel (segurança, limpeza, bilheteria, além do custo de energia elétrica) entre de R$ 60 a até R$ 90 mil.
Com as parcas rendas dos jogos do Campeonato Mato-grossense, cuja média de público caiu para 670 pagantes em 2014, inclusive com transmissão ao vivo da afiliada da TV Globo, seria impossível bancar esse custo. Para isso, cada torcedor precisaria pagar no mínimo R$ 1.428,57 por ingresso, por jogo – quatro vezes que um ingresso mais caro da Copa.
Helmute, que faturou R$ R$ 577.901,17 com o jogo contra o Vasco, na Arena Pantanal, em 26 de abril desse ano, está preocupado; afinal, com a privatização corre o risco de não poder ‘explorar’ mais esse filão.
“Não podemos permitir que pessoas de outros estados, que nada tem a ver com o futebol de Mato Grosso, venham administrar esse estádio. Não conhecem nossa história, não tem nenhuma identificação com o futebol mato-grossense e ainda por cima vão querer fazer outros eventos na Arena, prejudicando os clubes locais. Não podem fazer as coisas a toque de caixa; s clubes filiados, que ralaram 38 anos no Dutra e no Verdão e a Federação Mato-grossense, precisam ser ouvidos nesse processo”, alertou Helmute, que se mostra contra a idéia de se trazer jogos da Série A para a Arena.
“Ouvi falar que a CBF deverá mandar cinco jogos da Série A para cá. Isso vai ajudar o nosso futebol em que ?” ponderou.
Na coletiva de terça-feira o Governo do Estado adiantou que como cláusula prioritária no contrato de concessão, “os clubes de Mato Grosso poderão utilizar a Arena sem ônus”. Resta saber como o novo ‘dono’ do estádio interpretará essa cláusula.
Fonte:
SportSinop/Valcir Pereira e Craques do Rádio
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Redação/SportSinop