Afirmando ser “candidato a candidato” à presidência da Federação Mato-grossense de Futebol, o radialista Laércio de Arruda considera que a sucessão do presidente Carlos Orione ainda precisa ser “analisada”. Para ele, o primeiro passo é saber se o Barão quer mesmo deixar o cargo.

“O processo eleição na FMF também é uma questão a ser analisada. primeiro precisamos saber se o Barão Carlos Orione está realmente interessado em deixar o cargo. É bom recordar que por diversas vezes ele já ameaçou, mas na prática não aconteceu. Sabemos da influencia do mesmo, junto a CBF. Hoje a entidade do desporto brasileiro pretende perpetuar o presidente José Maria Marin e não pode dispensar voto de federação alguma, tanto é que está instituindo a bolsa futebol, onde se paga para obter voto”, alertou Laércio, que já foi diretor na própria gestão de Orione.

Sobre o futuro do futebol mato-grossense, Baluarte – como é conhecido no meio esportivo – defende uma ampla discussão para criar um trabalho de base, retomar a Copa Mato Grosso e incentivar o campeonato estadual de futebol amador. “Entendemos que há uma necessidade de elaborar um planejamento ouvindo os clubes, a crônica esportiva e os desportistas, com o objetivo de dar base sólida ao futebol profissional, categorias de base, voltar a realizar a Copa Mato Grosso assim como o campeonato mato-grossense de seleções amadoras, futebol feminino, voltar a incentivar as categorias de base e garantir incentivos para os times que disputarão Copa Rio e a Copa São Paulo”, comentou.

Laércio também quer uma participação efetiva, “financeiramente falando”, do Governo de Mato Grosso. “Precisamos voltar a cobrar do Governo recursos da lei de incentivo ao esporte (projeto Prodeic), a exemplo do que ocorreu de 2.005 a 2.010, garantindo recursos para o futebol profissional, Copa Mato Grosso e os demais eventos. No período em que estivemos a frente da Seel (Secretaria de Estado de Esportes,Lazer e Juventude.

Esportes e Lazer), juntamente com o deputado Baiano Filho, sempre intercedemos junto ao Governo para ter esses recursos alocados no Funded (Fundo de Desenvolvimento Desportivo), facilitando assim a vida dos clubes e incrementando as diversas atividades. Lamentavelmente nos últimos anos isso não aconteceu, ao ponto de desmotivar os clubes, cancelar a Copa Mato Grosso, além de não realizar o campeonato amador de seleções. Entendemos que a presença do Helmute Lawisch, hoje no cargo de presidente da FMF é importante e tem, a bem da verdade, buscado algumas melhorias para o futebol, mas vejo que a sua presença é muito mais importante como presidente do Luverdense, pois se lá ele estivesse agora a situação seria outra, bem melhor a campanha na Série B, talvez até poderíamos almejar a Série A”.

Ex-secretário de Esportes de Mato Grosso, Laércio também se manifestou sobre o Ginásio Aecim Tocantins: “Está na hora da Secopa devolver o ginásio para a Seel, pois a sua construção foi com o objetivo de abrigar a pasta do esporte, colocar Mato Grosso no cenário nacional com a realização de grandes eventos, como foi no passado com o vôlei, basquete e futebol de salão, e dar condições para que o interior utilize as dependências do ginásio não só com as competições mas no apoiamento com alojamento e alimentação no local. As federações esportivas precisam acordar do sono profundo que estão vivendo e cobrar aplicação da Lei de Incentivo ao Esporte, para continuar tendo a bolsa atleta, custeio de despesas com deslocamento para campeonatos nacionais, convênios com repasse de recursos para suas diversas atividades e, com relação aos municípios, possibilitar também através de convênios, recursos para reformas, ampliação, construção e incremento da prática esportiva, em todos os sentidos. Uma outra questão que precisa ser discutida urgentemente, e com certeza o futuro governo fará, é o retorno da Seel para o Aecim Tocantins, pois ela foi praticamente despejada. O que nos esperamos é que devolvam a autonomia ao desporto, coisa que ultimamente foi cerceado pela atual administração governamental”.

Balu também voltou a se posicionar sobre a discutida ‘privatização’ da Arena Pantanal. “Deveria primeiro esperar o novo governo Pedro Taques tomar posse e discutir com calma, com todos os seguimentos representativos, principalmente o esportivo. (federação, clubes e outros), juntamente com a equipe técnica do governo.

Porque privatizar agora? Porque não discutir o assunto e buscar subsídios junto aos setores? Esse posicionamento em ouvir os interessados e o que pensa o novo governo, com certeza iria evitar entraves no futuro. A conclusão da Arena Pantanal em sua totalidade também é um fator a ser discutido, bem como a forma de administrar e a sua autorização com grandes eventos, utilizando o percentual que é descontado em borderô, em favor dos clubes de Mato Grosso, que hoje vivem em grande maioria muitas dificuldades financeiras”, finalizou.